Quando me lembro dos pagos nos dias de castração O laço corria frouxo e o mate de mão em mão O touro brabo berrava pra se escapar do peão Mas a faca castradeira fazia o serviço no chão Me lembro da tia Picucha que era surda de um ouvido Andava sempre brigando com um fogão velho entupido Chegava de meio dia "tava" tudo a "resolvido" Servia pra peonada cuião de touro cozido Enquanto os "home" comiam a véia ficava em pé Gritava de vez em quando: "se sirvam quando quiser!" Não usem de cerimônia tem mais cuião pra quem quer Se já comeram a vontade agora é a vez das "muié" (E as filhas da laudelina gostavam de uma brincadeira Dançavam com todo mundo num surungo a noite inteira E a gaita do Belizário com o fole qual uma peneira Levantava as saias delas no balanço da vaneira (E as filhas da laudelina gostavam de uma brincadeira Dançavam com todo mundo num surungo a noite inteira E a gaita do Belizário com o fole qual uma peneira Levantava as saias delas no balanço da vaneira)