Caras como eu Estão ficando raros Como cabelos ralos Que se batem e caem pelo chão Caras como eu Estão tirando o pé Andando em marcha-ré Com medo de entrar na contramão Como trens do interior Que não chegam no horário Como velhos elefantes Que morrem solitários Caras como eu Estão ficando chatos Como solas de sapatos Que se gastam Com o passar do tempo Nao vou mais medir o tempo Nao vou mais contar as horas Vou me entregar ao momento Nao vou mais tentar matar o tempo Como palavras de amor Que nao se guardam em disquetes Como segredos sem valor Que a gente nunca esquece Caras como eu Estao ficando velhos Calçando os seus chinelos Concluindo que não ha mais tempo (Refrão 3x)