História e Origem
As raízes históricas do tambor Batá remontam ao povo Yoruba da Nigéria e Benin na África Ocidental. Foi trazido para Cuba no final do século XIX através do comércio transatlântico de escravos, onde se tornou profundamente entrelaçado com as práticas religiosas afro-cubanas conhecidas como Santería. A jornada do tambor Batá da África para as Américas é um testemunho pungente da sobrevivência e adaptação de identidades culturais diante da adversidade. Originalmente usado em rituais sagrados para comunicar-se com os Orishas - as divindades da religião Yoruba - o Batá desde então evoluiu, encontrando seu lugar em vários aspectos de performances culturais, enquanto ainda retém seu significado espiritual.
Descrição Física
Fisicamente, o tambor Batá é um tambor de duas cabeças com um corpo esculpido em madeira escavada, geralmente assemelhando-se a uma forma de ampulheta. Cada extremidade é coberta com pele de animal, muitas vezes pele de cabra, que é fixada com cordas ou ferragens de metal. Essa construção permite uma ampla gama de tons que podem ser produzidos ao se golpear diferentes partes da superfície do tambor com as mãos. Os tambores Batá geralmente vêm em conjuntos de três - o Iyá (o maior), Itótele e Okónkolo (o menor) - cada um produzindo sons distintos que contribuem para as ricas tapeçarias polirrítmicas características da música Batá.
Referências
Dentre as figuras mais proeminentes no mundo do tambor Batá, mestres como Francisco Aguabella e Amelia Pedroso se destacam, que não apenas dominaram seus ritmos complexos, mas também contribuíram significantemente para o reconhecimento global deste instrumento. Bandas e grupos como Los Muñequitos de Matanzas e Conjunto Folklórico Nacional de Cuba foram fundamentais em mostrar a versatilidade do Batá além dos ambientes tradicionais, incorporando-o em gêneros musicais contemporâneos e, assim, expandindo seu público.